Na manhã desta terça-feira (26) dirigentes do Sintracom CG filiado à CUT realizaram uma Assembleia com mais de oitenta (80) trabalhadores da ABF Engenharia Comércio e Serviços na capital, que decidiram paralisar suas atividades, para corrigir distorções em Salários, Vale-Alimentação, Produção entre outros.

 

Após negociação com representantes da empresa, os trabalhadores decidiram só retornar ao trabalho se o Acordo Coletivo da categoria, válido até Abril de 2014 (e ainda não assinado), fosse encaminhado para eles ainda hoje, assinado de acordo com a lei e que seus direitos trabalhistas fossem garantidos.

 

O caso está recheado de problemas coletivos e individuais, estes últimos serão tratados caso a caso pelo acordo inicial. A Assembleia foi suspensa para o horário do almoço. Representantes da empresa ABF Engenharia, afirmaram que o documento foi assinado pelo proprietário da empresa. Já no início da tarde o documento foi publicizado aos trabalhadores.

 

Entenda o caso

 

Após mediação do SintracomCG, no mês de Abril deste ano, a empresa ABF Engenharia, Serviços e Comércio Ltda, se comprometeu em respeitar e executar o Acordo Coletivo, firmado naquele período entre as partes.

 

Acontece que, até o período da paralisação desta manhã, o referido Acordo Coletivo ainda não tinha sido assinado pela empresa, sendo que ele deve vencer já em Abril de 2015.

 

Por esta e outras razões o SintracomCG vêm recebendo de seus associados uma ´serie de reclamações. Durante meses foi buscado um entendimento com a empresa, para que esta cumprisse o referido Acordo, mas esta iniciativa foi em vão, então os trabalhadores solicitaram o apoio do sindicato, que realizou uma grande reunião para alcançar uma solução.

 

Durante a Assembleia, mas também, após longo processo de denúncias, o sindicato verificou que havia disparidade de salários de quase 50% entre trabalhadores que executavam a mesma função. Outro problema são os Vale-Alimentação, onde trabalhadores da capital recebem o valor de R$350,00 enquanto que outros operários que atuam no interior recebem R$240,00, além de denúncias de pagamento inferior ao trabalho executado em horas-extras e cálculos diferentes sobre bônus por produção.

 

Segundo José Abelha, Presidente do SintracomCG, “esta foi uma importante atividade do sindicato pois atendemos os trabalhadores que nos ligaram e pediram apoio nesta luta, pois o Acordo Coletivo estava emperrado. A gente vê que, quando o sindicato atua junto com o trabalhador, a empresa não trata apenas como situação individual. O resultado é bom para todos, pois a empresa agora está regular com um Acordo Coleitvo firmado, os trabalhadores vão receber seus direitos, inclusive os atrasados e tudo isso foi conseguido de forma solidária, sem baderna e com amplo apoio da categoria, pois todo mundo parou, inclusive o administrativo”.

 

Trabalhadores e dirigentes sindicais se reuniram novamente, por volta de meio dia de hoje, pois este era o prazo dado a empresa dar publicidade ao acordo coletivo, assinado e com garantias de pagamentos baseados neste documento.

 

Em outro momento da entrevista, Abelha nos afirmou, “hoje, precisamos ter a presença do sindicato dentro do canteiro de obras, ouvir os trabalhadores e dar segurança a eles para eles reivindicarem e assim evitar qualquer tipo de constrangimento ou assédio moral, inclusive que fossem perseguidos ou removidos pela administração após a paralisação. Nós atuamos juntos nessa situação, e quando a categoria se une acontece isso, vitória!”.

 

Resultado

 

A empresa disponibilizou no início da tarde o documento final do Acordo Coletivo com a categoria e se comprometeu a pagar distorções salariais, de vale-alimentação, produção, entre outros, após verificação caso a caso, até o prazo do dia 15 de Dezembro.

 

Dirigentes sindicais avaliaram que a resolução do conflito foi muito positiva pois ela visa garantir os direitos dos trabalhadores. Esta é uma importante demonstração a importância e a força dos trabalhadores em luta, nesta paralisação, 100% dos operários cruzaram os braços em apoio ao movimento e ao sindicato.

 

Assessoria