Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de negociações por empresa caiu pela metade este ano em relação ao mesmo período do ano passado. Já os registros de Convenções Coletivas na base do Ministério do Trabalho até junho deste ano caiu em torno de 29%, quando comparado com o primeiro semestre de 2017. O acordo coletivo é aquele restrito à empresa, enquanto a Convenção Coletiva abrange toda a categoria.
Para o técnico do Dieese Luís Ribeiro, a queda maior no número de negociações por empresa se explica porque é mais fácil minar a luta dos trabalhadores em cada fábrica do que enfrentar toda a categoria.
Outro ponto que tem causado conflito entre trabalhadores e patrões está na questão da homologação, que é a conferência dos valores em caso de rescisão que, antes da Reforma Trabalhista, deveria ser feita obrigatoriamente com a presença do sindicato para dar mais segurança ao trabalhador. Agora, as empresas se valem da Reforma Trabalhista para tentar não fazer a homologação no sindicato.
O Dieese também verificou que a maioria das negociações neste ano não avança além do índice de inflação, portanto sem ganho real para os trabalhadores.
Para os sindicalistas atuantes, a Reforma Trabalhista permite que os trabalhadores enxerguem os sindicatos como aliados ainda maiores do que eram. O sindicato tem de estar presente na base, informando e orientando o trabalhador de que o sindicato é essencial para combater a tentativa de retirada de direitos.