No final da tarde desta terça-feira (18) aconteceu, na sede do Sinduscon, a primeira reunião do ano, da Comissão de Negociação Coletiva da Construção Civil de Mato Grosso do Sul.
Este primeiro encontro, foi realizado, após se verificarem intensas mobilizações no país dos trabalhadores da categoria. Em todas as regiões do país, os operários defendem aumento real de salário, cesta básica, alojamentos decentes, horas in itinere, entre outras reivindicações.
Só no primeiro trimestre deste ano, as greves já pararam mais de 200 mil trabalhadores do setor, que é um dos mais penalizados no Brasil pela informalidade, brutal rotatividade e acidentes.
Os representantes dos patrões (Sinduscon) abriram a reunião alegando que o ambiente de negócios do setor está tendo dificuldades, em suas palavras, Renato Marcílio da Silva, representando o Sinduscon afirmou, “analisamos a proposta de vocês, tem muita coisa e todo esse ônus vai para as empresas. Estamos em um ambiente que, falar que está ruim, não está, mas já teve muito melhor”.
José Abelha, Presidente do Sintracom da capital rebateu, “eu vou continuar a bater nesta tecla, o piso salarial do nosso estado é o menor do Brasil é muito aquém do que se pratica em outros estados e as empresas terceirizam muito. Nós queremos o que se deve, que é o aumento de 30% e as outras pautas que apresentamos”.
Webergton Sudário, presidente reeleito da Fetricom emendou “nós estamos aqui para defender o laboral, em todos os sentidos, para que se tenha não só um bom salário, mas um bom ambiente de trabalho para os trabalhadores”.
Os dirigentes sindicais foram enfáticos ao dizer que os grupos de fiscalização de obras estão detectando muitas situações em que os trabalhadores sofrem por não receber a assistência devida das empresas.
Outro fator muito discutido na reunião são os “pagamentos por fora”. Neste sentido Abelha reforçou “esses pagamentos que vocês chamam de produção é precarização do trabalho, se o operário se acidenta, ele vai contar apenas com o dinheiro registrado na carteira, outra coisa que tem fazer é transformar esse por fora em salário registrado”.
Os dirigentes sindicais foram firmes em combater às terceirizações e defenderam para os empresários que esta prática é nociva aos trabalhadores, porque retiram direitos.
Já os representantes patronais alegaram diversas vezes que devem eles usam desta prática pagamento pela produção “por fora”, por que, segundo eles, a produtividade no estado é baixa.
Como a representação do Sinduscon não apresentou nenhuma contra-proposta formal, a reunião foi encerrada com a promessa do patronal de propor uma nova rodada de debates, em que eles devem apresentar uma alternativa, baseada na pauta apresentada pelos sindicatos da construção civil e sua federação.
Estavam presentes na reunião, a FETRICOM (Federação dos Trabalhadores da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial do Mato Grosso do Sul) o SINTRACOM-CG Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande, do SINTRACOM de Dourados com representantes patronais do SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul).