Mais uma vez, o setor da construção civil teve um resultado ruim da geração de empregos. Em outubro, o setor demitiu mais do que contratou. Enquanto Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo de 722 postos de trabalho, a construção civil teve saldo negativo de 720 vagas. 

 

No ano, as empresas do setor já fecharam 2.888 postos de trabalho. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). No entanto, os dados do Caged não distinguem construção civil da construção pesada.

 

A construção civil engloba todos os empreendimentos imobiliários, são edificações de moradia, comerciais e de serviços públicos.

 

A construção pesada tem como foco obras de infraestrutura, como pavimentação asfáltica, construção de rodovias, pontes, saneamento, obras que em geral são contratadas por empresas e órgãos públicos.

 

O presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Campo Grande), José Abelha, afirma que o setor sofreu com a falta de recursos. "Recentemente, a Caixa Econômica Federal ficou quase 2 meses sem assinar contratos imobiliários por falta de dinheiro. Isto provocou demissão de trabalhadores porque desestimulou novas construções. Só agora, a situação está sendo normalizada. Outro fator que gerou demissão tem sido a dificuldade das grandes empresas em captar recursos para novos empreendimentos", explica Abelha.

 

O presidente do Sinticop (Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de MS) afirma que o setor sofre com a lentidão da retomada de obras de infraestrutura. "A CCR MSVia retomou timidamente a duplicação da BR-163, só foram contratados cerca de 100 trabalhadores. Em abril - na época da paralisação das obras - foram demitidos cerca de 2 mil pessoas. Já em Campo Grande, muita gente perdeu o emprego depois do fim do contrato de licitação das empresas que faziam o serviço de tapa-buraco na cidade", explica Walter.