08/07/2013 09:35Fernanda Kintschner e Mariana Anunciação

A decisão sobre a rescisão de contrato dos cerca de 200 trabalhadores da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), fábrica da Petrobras em Três Lagoas, está sendo tomada nesta manhã (8) com representantes da empresa, os trabalhadores e representantes sindicais.

A princípio, a negociação foi tumultuada, porque os representantes dos trabalhadores afirmaram que não eram bem-vindos e os operários estavam revoltados. A questão está sendo intermediada pelo auditor fiscal do trabalho, Leif Naas.

“A expectativa é que a empresa pague as rescisões corretamente, e acredito que tudo será resolvido da melhor forma possível”, disse o auditor.

Segundo o responsável pelo Recursos Humanos da UFN3, Márcio Sad, não houve expulsão de nenhum trabalhador, mas sim uma demora no acerto da rescisão pela quantidade de trabalhadores que ou foram demitidos ou pediram desligamento.

“Demorou, mas estamos dentro da lei que resguarda 10 dias para fazer a rescisão. Está tudo dentro da normalidade e ao longo do dia será feito tudo conforme prevê a legislação”, afirmou Márcio.

O montante total de pagamentos não foi divulgado, mas a empresa afirmou que além da rescisão serão concedidas passagens de avião a trabalhadores de outros estados e uma ajuda de custo de R$ 250 para alimentação.

“Desde sexta-feira ficou definido que as rescisões seriam feitas no Sintracom e já começou errado quando resolveram fazer no Hotel Internacional”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracom) em Campo Grande (Sintracom CG), José Abelha Neto.

Enquanto isso, os operários aguardam ansiosos a conclusão dos trabalhos. O trabalhador Rodrigo Azevedo Brito, 25 anos, afirmou que os trabalhadores foram humilhados. “Depois de despejados e humilhados na sexta-feira, eles resolveram alugar um local para gente ficar. Agor,a só estou esperando receber para retornar a Sobradinho”, afirmou.

José Wadson, 27 anos, disse que pretende voltar para Bahia e não vir mais trabalhar em Mato Grosso do Sul. “Vou voltar para casa e ficar com a minha família se conseguir o dinheiro da passagem que eles prometeram. Três Lagoas nunca mais. Estou traumatizado”.

Genilson Duarte, presidente da Central Única dos Trabalhadores destacou que a CUT acompanha a rescisão para resguardar que ninguém seja prejudicado. “Não estavam querendo deixar a gente participar. Mas vamos participar em tudo”, afirmou.

 

Fonte: Midiamax