Numa reunião que terminou no começo da noite desta quarta-feira, foi fechado o acordo que definiu o índice de reajuste dos cerca de 25 mil trabalhadores da construção civil de Campo Grande. O percentual ficou em 11,08% para quem recebe até R$ 3 mil por mês, o que beneficia 95% dos trabalhadores da categoria.
"É um índice acima da inflação, então conseguimos um ganho real nos salários. Os patrões só chegaram a este percentual porque os trabalhadores mostraram força e união nas últimas semanas, quando houve várias paralisações nos principais canteiros de obras da capital", afirma José Abelha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e no Mobiliário de Campo Grande. Só num canteiro de obra da construtora MGR, 500 trabalhadores cruzaram os braços por 2 horas no dia 28/04 quando começaram os protestos.
Como a data-base da categoria é o mês de março, os valores retroativos serão pagos em junho e julho.
Para José Abelha, apesar do acordo sobre o dissídio, a categoria continua mobilizada para conquistar benefícios como a obrigatoriedade de refeições de graça nos canteiros de obras, plano de saúde, e participação nos lucros e resultados, além do fim das terceirizações em que são violados direitos trabalhistas e de segurança. "O empresário precisa ponderar estas questões. O lucro das construtoras é imenso e elas precisam dividir uma fatia do bolo com os operários que constroem sonhos mas vivem um pesadelo, já que não conseguem ter uma casa própria", conclui Abelha.