Empresários e Sindicalistas não chegaram a um acordo sobre o índice de reajuste nos salários dos 25 mil trabalhadores na construção civil de Campo Grande. O Sinduscon – Sindicato Patronal – ofereceu 9,5% de reajuste sobre os pisos salariais e 6,5% para quem recebe acima do piso. O Sintracom – Sindicato dos Trabalhadores – reivindica 16,5% de reajuste.

 

“Os empresários querem dar um percentual abaixo da inflação do período que foi de 11,07% medida pelo INPC. Isto significa perda salarial e de maneira alguma vamos aceitar esse arrocho. A data-base da categoria é o mês de março e desde fevereiro estamos tentando negociar. Essa demora pra fechar um índice só prejudica o trabalhador que está com o mesmo salário há 14 meses”, disse José Abelha, presidente do Sintracom.

 

O Sinduscon alega retração na quantidade de obras privadas e principalmente públicas por causa da crise financeira. “Isto não é uma justificativa que se coloque numa negociação. Na época em que o setor vivia de vento em popa, o empresário não dividiu o lucro com o empregado, mas agora quer transferir para o funcionário as supostas perdas com a falta de gestão”, afirmou Abelha.

 

O presidente do Sintracom disse ainda que só vai se reunir com os patrões caso eles apresentem uma proposta a partir do índice inflacionário. “Enquanto isto vamos discutir com os trabalhadores quais as formas de mobilização. A partir desta quarta-feira, estaremos nos canteiros de obras e se for de consenso já vamos parar as atividades por algumas horas como forma de protesto”, concluiu José Abelha.